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Procura-se

Conteúdo originalmente publicado no jornal Hoje Em Dia


Cerca de 60 mil pessoas perderam seus empregos em bares e restaurantes da Região Metropolitana de Belo Horizonte durante a pandemia, segundo estimativas da ABRASEL. Entretanto, desde que o setor foi autorizado a reabrir suas portas no final de agosto/início de setembro, esperávamos mudar esse cenário, afinal houve, de imediato, uma demanda crescente pela recontratação de profissionais dispensados no momento mais crítico da crise. Vagas foram abertas para garçons, cozinheiros, atendentes, copeiros, entre outros trabalhadores.

O número de recontratados ainda está sendo levantado, mas, independentemente de qual seja ele, o natural e esperado é que à medida em que as cidades flexibilizam, mais pessoas voltam ao mercado de trabalho.

No entanto, para a nossa surpresa, não estamos conseguindo reencontrar esses profissionais. Tenho conversado com muitos colegas que relatam grande dificuldade em contratar trabalhadores para vagas simples que seriam um alento em meio ao caos à muitas famílias. Ainda mais em um contexto de crise e desemprego atingindo 14 milhões de brasileiros,

Nas minhas humildes especulações, levanto três hipóteses para esse ‘sumiço’ da mão de obra. Acredito que a primeira delas se deve à proteção do seguro-desemprego. Por medo de voltarem ao mercado, que neste momento ainda é cercado de incertezas, muitos trabalhadores preferem contar com esta renda, mesmo que ela não seja permanente, à correr o risco de perdê-la por ter a carteira assinada novamente e, pouco tempo depois, encarar o desemprego de frente pela segunda vez.

Há também os profissionais que preferem ter em mãos o auxílio emergencial, concedido pelo Governo nesta pandemia, do que voltarem à ativa.

Que fique bem claro: não estou aqui para julgar tais posturas. Cada um sabe das condutas que deve tomar para a sua vida.

Por fim, a terceira e última explicação que encontro para esse ‘fenômeno’ pode estar atrelada ao crescimento do empreendedorismo no Brasil motivado pela necessidade de renda imposta pelo desemprego. Prova disso é que, conforme dados do Portal do Empreendedor, do Governo Federal, nos nove primeiros meses deste ano, o número de microempreendedores individuais (MEIs) no país cresceu 14,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 10,9 milhões de registros.

Esse terceiro fator é, por sinal, aquele no qual mais acredito, afinal o brasileiro é um povo que sabe se virar como ninguém e verdade seja dita: quem bebe da fonte do empreendedorismo, gosta e mata sua sede, não tem mais vontade de voltar para o regime CLT.

De qualquer forma, se você não é apegado ao seguro desemprego, ao auxílio-emergencial ou ainda não foi despertado pela vontade de ter seu próprio negócio, deixo aqui um importante recado: Há vagas!

Ricardo Rodrigues – Presidente ABRASEL-MG e Coordenador da Frente da Gastronomia Mineira

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