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Estrelas, vinhos e lua cheia

Conteúdo originalmente publicado no jornal Hoje Em Dia


Pela primeira vez em formato completamente virtual, o prestigiado Guia Michelin anunciou na noite do último dia 25 a cobiçada lista dos melhores restaurantes do país. O Brasil agora tem 14 estabelecimentos estrelados, nove em São Paulo e cinco no Rio de Janeiro, porém continuamos sem nenhum três estrelas, a cotação máxima dada pelos inspetores.

Levar uma estrela do Michelin significa pertencer ao supra sumo da gastronomia. Os métodos de escolha dos estrelados são rigorosos, com critérios que vão desde a qualidade dos produtos utilizados pelo restaurante à técnica de cozimento e harmonização dos sabores. Um ponto a se destacar também e o fato dos inspetores pagarem por todas as refeições que consomem durante as avaliações, o que garante anonimato, isenção e uma fidelidade maior nas notas.

A minha única preocupação é que este guia ainda está muito concentrado no eixo Rio-São Paulo. Não tenho dúvidas de que todos os restaurantes das duas capitais que já foram estrelados, merecem tal destaque, porém pelo fato das avaliações acontecerem somente nessas duas grandes cidades, cria-se uma lacuna em relação à real grandiosidade e diversidade da gastronomia brasileira.

A ABRASEL e a Frente da Gastronomia Mineira já tentaram, inclusive, trazer o Michelin para Minas. Na gestão do ex-governador Fernando Pimentel tivemos algumas negociações com a Secretaria de Turismo, com a então embaixadora da gastronomia mineira, Carolina Pimentel e com representantes do Guia. Mas infelizmente, devido aos altos custos do processo, não foi possível.

Mas enquanto o Michelin não chega por aqui, a boa notícia é que produtores de vinhos brasileiros conquistaram medalhas em uma das maiores e mais importantes competições do gênero do mundo, a Decanter World Wine Awards. Neste ano, o concurso avaliou 16.518 rótulos e elegeu os 50 melhores – entre os premiados, estão 12 vinhos produzidos no Brasil, incluindo cidades do Sul de Minas e de São Paulo. Desse número, 11 foram fabricados a partir da técnica de dupla poda, desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

Esse resultado gera mais uma commodities que o Brasil, orgulhosamente, passa a ter, além de destacar Minas Gerais em âmbito mundial com uma técnica nova na produção de vinhos, que em nada deixa a desejar no quesito qualidade quando comparada à outras usadas em rótulos renomados mundo afora.

Deixo aqui os meus parabéns não só para as empresas que acreditam no vinho nacional mas também aos consumidores que, cada vez, vem valorizando essa nossa joia e contribuindo para sua solidificação.

Essa fusão, vinho e gastronomia, me deu uma excelente ideia: aproveite que hoje a noite será de lua cheia e faça um jantar com os nossos estrelados de competência e sabor. Esse programa certamente será infalível.

Ricardo Rodrigues – Presidente ABRASEL-MG e Coordenador da Frente da Gastronomia Mineira

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