*Conteúdo originalmente publicado no jornal Hoje Em Dia
O ano de 2019 chega ao fim com importantes conquistas para o setor de alimentação fora do lar. Desde 2016, sentíamos o gosto amargo da crise, que se materializou através do fechamento de casas tradicionais da cidade e do desemprego. A situação, agora, com a proximidade de 2020, é outra. Aos poucos, os dias de chuva forte parecem sumir e o sol desponta no horizonte. Prova disso é que, segundo pesquisa do ManpowerGroup, companhia especializada na seleção de pessoal, feita com 850 empregadores, os empresários de Minas Gerais pretendem ampliar em 14% a força de trabalho nos três primeiros meses do ano que vem. Só no setor de serviços, do qual fazemos parte, a expectativa de contratação é de 16% a mais na comparação com o mesmo período deste ano, maior taxa para o segmento desde 2014.
Além dessa ótima notícia, vale dizer ainda que a abertura de empresas em Minas Gerais, entre janeiro e outubro de 2019, cresceu 13,48% em relação aos 10 primeiros meses de 2018, de acordo com a Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg).
Avançamos, também, com a consolidação das reformas trabalhista e da previdência. Essas mudanças trouxeram, sem dúvida, uma vitalidade muito grande para o setor.
Outro ponto que merece destaque nessa retrospectiva de 2019, que humildemente me propus a fazer, é a abertura do poder público municipal para as nossas demandas e projetos. Ampliamos nosso diálogo com a Prefeitura, além de retomá-lo com o Governo do Estado, que passou a entender a alimentação fora do lar como um pilar importante de nossa economia e fomento para o turismo.
Não posso esquecer do nosso título de Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO, que chegou já no finalzinho deste 2019. Este, por sinal, merece extremo cuidado. Assim como a Pampulha ganhou atenção dos nossos órgãos públicos ao ser reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela ONU, em julho de 2016, nossa gastronomia precisa receber ainda mais investimentos, afinal ela passa a ser, agora, uma forte indutora para o turismo internacional. Portanto, é necessário que a Cidade Criativa seja internalizada em nossos processos, projetos e em todos os festivais gastronômicos que acontecem ao longo do ano.
Para finalizar, indispensável enumerar os próximos desafios que devemos enfrentar. Trabalhar o treinamento dos profissionais envolvidos na cadeia produtiva da gastronomia é o primeiro deles. Já o empresário precisa compreender que não há mais lugar para o amadorismo no setor. Quem, infelizmente, tem essa postura, não conquista longevidade no mercado. É importante ser profissional e calcular todos os passos do negócio de forma responsável, com estudo e pesquisa.
No mais, desejo a todos, que aqui me acompanham, um ano novo de muito trabalho! Nos vemos em 2020 em novas e deliciosas empreitadas.
Ricardo Rodrigues – Presidente ABRASEL-MG e Coordenador da Frente da Gastronomia Mineira
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