Conteúdo originalmente publicado no jornal Hoje Em Dia
Belo Horizonte recebe neste mês dois importantes festivais gastronômicos. Ambos estão homenageando os 300 anos de Minas Gerais, que serão completados em 2 de dezembro.
O primeiro deles, o Circuito Gastronômico da Pampulha (CGP), voltado para uma alimentação à La garfo e faca, conta com 11 restaurantes tradicionais da capital mineira [todos da região da Pampulha] apresentando pratos que fazem menção à história da cozinha de Minas. Em 11 anos de atividade, O CGP acumula números estrondosos: já reuniu mais de 160 mil participantes, conta com 800 publicações na imprensa, mais de 90 mil pratos consumidos e R$ 5 milhões movimentados.
O segundo é o Festival Bar em Bar, que acontece simultaneamente em todo o país sob a organização da ABRASEL, com cada estado trabalhando um tema específico. Em Minas Gerais, a 14ª edição vai fazer um tour gastronômico pelas 10 regiões do estado. Dez bares participam do circuito e, juntos criaram receitas com ingredientes típicos de cada uma delas. Você, cliente, terá a oportunidade de experimentar desde preparações com palmito e pequi, à lombo refogado na cachaça, couve refogada e [acredite] um picolé de costela suína com pele.
Os dois festivais chegam com uma proposta inédita de explorar o delivery, devido à necessidade atual imposta pela pandemia. Cada casa oferece ao cliente diversas possibilidades de aplicativos para que ele possa escolher o de sua preferência. Porém, com a flexibilização do setor de alimentação fora do lar, é possível ainda provar as delícias pessoalmente nos estabelecimentos.
Trazer toda a riqueza das culinárias de Minas como protagonista desses eventos é, sem dúvida, especial não apenas para celebrar os 300 anos de nossa terra que, ao longo deste tempo, fomentou uma culinária inspiradora para chefs do mundo inteiro, além de ser forte elemento da nossa identidade cultural; como também mostrar aos próprios mineiros todos os nossos sabores.
É óbvio que nem de longe conseguiremos expressar as riquezas dos nossos fogões com apenas 21 bares [11 do CGP e 10 do Bar em Bar], pois em uma única região há uma diversidade incalculável de ingredientes. Mas sobretudo não podemos deixar esse importante momento de comemoração ‘passar em branco’. E que ele seja feito ao redor da mesa, nossa maior especialidade.
Espero que cada cliente, ao participar desses circuitos, possa perceber o quanto Minas Gerais tem, desde 1720, uma cozinha capaz de encantar os mais variados paladares. Espero também que a prefeitura possa aproveitar esse ótimo período de retomada da economia para estender os horários de funcionamento dos bares e restaurantes [atualmente as casas podem operar até às 22h], afinal gastronomia gera divisas, renda, emprego, fomenta o turismo e eleva o nome da nossa cozinha em rede nacional e internacional.
Ricardo Rodrigues – Presidente ABRASEL-MG e Coordenador da Frente da Gastronomia Mineira
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