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Coronavírus: período de crise ou oportunidades?

*Conteúdo originalmente publicado no jornal Hoje Em Dia


Ao longo dos meus 41 anos de trabalho em uma empresa familiar que já está no mercado há sete décadas, enfrentei vários momentos de intempéries na economia: congelamento de preços, troca de moeda, inflação de 85% ao mês, planos econômicos mirabolantes, sequestro de valores em contas bancárias orquestrado pelo ato corrupto de um ex-presidente, entre tantos outros que não me vêm à memória. Felizmente, consegui sair mais forte e experiente de todas as situações. É claro que não deixei de contabilizar perdas e prejuízos. Mas, por outro lado, acredito que essas adversidades foram cruciais para aperfeiçoar minha capacidade intelectual/empresarial de gerir negócios.

Neste 2020, porém, nos deparamos com uma crise sem precedentes. Como todos sabemos ela fere a economia em âmbito global. Não se trata de um problema apenas do Brasil, da América Latina ou União Europeia. É algo que afeta o mundo todo, desde os pequenos aos grandes negócios. Desde o trabalhador informal, que vende bala na rua e está impossibilitado de faturar, até as multinacionais.

Acredito que nenhum negócio que resistir a essa pandemia, irá manter seus antigos modelos operacionais. Todos, sem exceção, terão que se reinventar e serem, amanhã, completamente diferentes do que são hoje. Essa mudança, sem dúvida, perpassa por quebra de conceitos e paradigmas.

Como procuro sempre ser o mais otimista possível, posso afirmar, inclusive, que essa possibilidade da reinvenção, por sinal, é a maior conquista em tempos de coronavírus. Sob condições normais, acredito que jamais teríamos nos debruçado em busca do novo, afinal como diz o famoso jargão, ‘É nos momentos de adversidade que muitas vezes crescemos’.

Você que me acompanha neste espaço todas as sextas-feiras, deve estar se perguntando: o que o Ricardo quer dizer com esse texto, aonde ele quer chegar? Trazendo toda essa reflexão para o meu universo de trabalho, quero dizer que muitos empresários do setor de alimentação fora do lar [fortemente impactado pela crise atual] já estão buscando alternativas para que seus negócios não sucumbam [alguns até se atrasaram nessa busca]. Outros estão, inclusive, apanhando diante da urgente necessidade de implantar novos métodos e adentrar em mercados que já existiam, mas que não eram tão observados.

Diante de tudo isso, a única e talvez, melhor opção, seja não recuar jamais. Devemos aproveitar, ao máximo, a crise para aprendermos a fazer diferente, fazer melhor. Quem disse que existe apenas um único caminho? Na verdade, muitos de nós fomos ensinados a traçar um só caminho e ter uma única perspectiva. Porém, se existe uma coisa que vírus nenhum jamais será capaz de nos privar é de nossa capacidade criativa de reinvenção. Continue seguindo, sem medo de trilhar por novas estradas.

Ricardo Rodrigues – Presidente ABRASEL-MG e Coordenador da Frente da Gastronomia Mineira

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